shutterstock_152104547[Este post foi escrito pelo colaborador Brandon Seymour.]

Já faz 15 anos que, entre idas e vindas, eu toco em bandas. Além de ser músico, eu também sou apaixonado por marketing. Nos últimos anos, escrevi vários artigos com o intuito de ajudar músicos locais e independentesa melhorar seu marketing online com estratégias para aumentar seu reconhecimento de marca, dominar as redes sociais e construir uma presença online forte. Fiz porque fazia sentido. Eu gosto de marketing e eu gosto de música, então por que não juntar os dois de alguma maneira?

Eu aprendi muito trabalhando com clientes diferentes ao longo dos anos, e consegui pegar algumas coisas que aprendi no meu emprego e levá-las para meus projetos musicais. O que eu não tinha percebido nessa época, entretanto, foi que a dica mais preciosa que eu tinha recebido não era de marketing. Em vez disso, foi algo que eu aprendi tocando com bandas que mudariam minha posição como profissional de marketing. Eu aprendi que a imagem é, e muito provavelmente para sempre será, mais importante que a música. E isso também vale para quase todas as outra funções. Imagem é tudo.

Eles chamam de “show business”, ou mercado do show, por uma razão. O mercado da música (e eu uso esse termo amplamente) não está preocupado com arte ou expressão. Não se trata de identidade ou originalidade. E tampouco é sobre talento. É sobre dinheiro. Não estou dizendo que você nunca será reconhecido como artista. Não estou dizendo que ser um artista genial te impede de fazer sucesso com o grande público. Estou dizendo que o mercado de música como um todo não se importa com o quanto eles podem lucrar com você – independente de quão bom ou ruim você for. Não é um pensamento do mal, são só negócios. Como em muitos outros mercados, mesmo os melhores produtos não conseguem se vender sozinhos;  a percepção da marca ou da banda é o que faz as pessoas quererem comprar.

É interessante que em muitos casos em que as pessoas argumentam que imagem é mais importante que música, elas estão geralmente falando do mercado “mainstream”. Mas como mercado independente ou “underground” diferente? É claro que bandas como Bleached podem não ganhar o tanto de dinheiro quanto Mumford and Sons, mas isso não faz da imagem menos relevante. Lembre-se, o objetivo do mercado em si, grande ou pequeno, é vender. Seja vendendo CDs e camisetas ou lotando estádios. A escala pode variar, mas essencialmente é o mesmo conceito. A cena indie, muitas vezes confundida com o movimento de coletivos que prefere a integridade artística à imagem é, tem como mote na realidade: a imagem é essencial o sangue da vida do mercado de música underground.

Alguns anos atrás, eu estava no bar com um amigo que também calhava de ser um colega músico. Nós nos encontramos depois de nossas bandas tocarem juntas em uma pequena turnê, uns dois anos antes. Já que nós dois estávamos procurando por novos projetos nessa época, pensamos ‘por que não começar uma banda juntos’? Em termos de gosto musical, nós nunca concordamos completamente. Não é que a gente tocava gritando “é isso aí!” ou algo do tipo. Mas isso não importava. A única coisa que tínhamos em comum é que gostávamos da nossa música alta e rápida. Como o som de uma colher presa no triturador, só que com mais reverberação e pessoas dizendo o que acharam.Mas nós também tínhamos mais algo em comum que parecia ser mais promissor do que gostar da mesma banda ou tipo de música. Nós dois sabíamos aonde queríamos chegar e tínhamos uma boa ideia de como chegaríamos lá. Tudo o que nós tínhamos de fazer era focar na nossa imagem, e o resto viria com isso. Em muitos aspectos, a música é a parte mais fácil. O segredo é ter uma base bem fundamentada.

Nos nossos primeiros meses, construímos um site, conseguimos um bom número de seguidores nas redes sociais, fomos mencionados em vários jornais locais e marcamos em média 5 shows por mês. Nada mal para uma banda local que acabou de começar. Alguns meses depois, estávamos abrindo para bandas famosas no país todo e sendo a atração principal de pequenos festivais. Duas publicações diferentes nos chamaram de a “Melhor Banda de Rock” do sul da Flórida, e outra nos colocou no número 2 de uma lista de bandas locais que já deveriam ser famosas. Logo, estávamos dizendo mais nãos a convite de shows do que sim. Em pouco tempo, estávamos fazendo aquilo que amávamos e recebendo bem por isso, e a sensação era boa.

Nós não somos excepcionalmente talentosos ou lindos. Não ensaiávamos todos os dias nem dedicávamos várias horas para compor. Só tocamos covers nos primeiros shows, e ninguém sentiu a diferença. Nenhum de nós tem pais ricos ou pediu um centavo no Kick Starter. Nós não tínhamos orçamento, quase. Nunca fizemos camisetas. Nunca fizemos turnê. Nós nem gravamos nada (até recentemente). Nós somos apenas pessoas normais com trabalhos normais, mas que queriam fazer uma coisa especial. A única razão pela qual conseguimos fazer dar certo foi por causa da imagem que criamos para nós mesmos.

Eu sei que nem sempre o importante é a fama e o dinheiro, e que muitos artistas têm zero interesse em fazer música comercial. Mas acho que dá para dizer sem medo que a maioria dos artistas independentes querem ao menos ganhar algum destaque, mesmo que não seja para ganhar dinheiro. Exposição não é tudo, entretanto. Você tem de merecer. Não digo que você não consiga isso só com sua música, mas se você tem o pacote completo, suas chances aumentam muito. Mudar sua imagem não significa mudar quem você é ou no que acredita. Você não precisa ter uma causa nem se encaixar em algum subgrupo. Imagem está ligada a consistência e a manter um tom específico de aparência e de sentimento. É criar algo que as pessoas podem simpatizar por achar que é mais que um produto, uma marca em que eles podem confiar.

Biografia do autor: Brandon Seymour é o fundador do Beymour Consulting – uma agência de marketing e de conteúdo baseada na Flórida. Brandon é apaixonado por música ao vivo e tocou em centenas de shows com bandas diferentes nos últimos 15 anos. Siga ele no Twitter e no Google+.

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