O que é um single?

Como plataformas como Spotify e Apple Music definem o que é um “single.”

 

Uma breve história do single

O single é o formato mais antigo de distribuição de música, e por isso faz parte da realeza da música. Para repetir o que já discutimos no post em que explicamos o que era um EP, o single era o único formato que existia durante os primeiros 50 anos da gravação de música, e era vendido primeiro em cilindros de cera, que com o tempo viraram discos de vinil. Esse formato nasceu por causa da limitação da tecnologia da época, que não permitia mais de uma música por disco.

Foi a revolução chamada rock que, nos anos 1950, solidificou o formato 45 rpm (rotações por minuto),  com 7 sete polegadas. Depois que esse formato foi apresentado pela RCA Victor em 1949, ele passou a rapidamente ser o preferido da juventude, porque era portátil. Esse formato ajudou na existência de hits como “Rock Around The Clock”, do Bill Haley and “the Comets”, que vendeu milhões de discos. Uma das imagens mais conhecidas da década de 1950 é um grupo de jovens reunidos ao redor de uma vitrola RCA, ouvindo um rock.

A chegada do LP

Depois que formatos maiores de vinil surgiram, tipo o EP (extended play, ou “tempo de execução aumentado”), e discos com 12 polegadas chegaram, o bom e velho single de 45 rpm continuou sendo o formato preferido dos artistas que estavam começando, para lançar suas primeiras canções, e de artistas já famosos, quando eles queriam mandar suas músicas para as rádios. The Beatles, Rolling Stones e todas as outras bandas da chamada Invasão Inglesa se apresentaram ao mundo com singles de 45 rpms.

Mesmo depois da digitalização da música, com o advento do CD, muitos artistas independentes continuaram usando o single de 45 rpms para lançar suas carreiras. Em 1988, uma banda de garagem de Seattle chamada Nirvana lançou seu single de estreia, “Love Buzz” (um cover de uma música que tinha sido gravada originalmente pela banda holandesa Shocking Blue) numa série de singles da gravadora modesta Sub Pop. Apenas três anos depois, o álbum de estreia da banda, Nevermind, catapultou o Nirvana ao estrelato global. E, mesmo depois de o MP3 começar a ganhar poder nos anos 1990, bandas como os White Stripes ainda lançavam singles em discos de 45 rpm.

O single na era digital

Mas, agora que o mercado fonográfico se digitalizou quase que por completo, e a maioria do dinheiro vem de streaming e de downloads, o que é um single? Essa palavra virou uma lembrança antiquada de um tempo que não volta mais? Nem um pouco!

Na era digital, o single está voltando a ser um formato forte. Conforme o consumo de música foi migrando para o streaming, as músicas lançadas foram ficando cada vez mais curtas, com muitos artistas vendo um álbum como uma preocupação para depois, ou nem querendo fazer álbuns. Artistas não lançam mais um ou dois singles antes de lançar um álbum. Billie Eilish lançou mais de 15 singles antes do seu álbum de estreia When We Fall Asleep, Where Do We Go?, de 2019 (Ela até lançou “Party Favor” em um disco de vinil de sete polegadas!).

Por que os artistas estão voltando a usar um formato de 70 anos atrás? Em uma reportagem de 2018, a revista Rolling Stone se perguntou “Why Your Favorite Artist Is Releasing More Singles Than Ever” (por que seu artista predileto está lançando mais singles do que nunca), O executivo da Warner Bros Larry Mattera explicou que o tempo dos ouvintes é a comodidade mais importante na era do streaming. Quando os ouvintes têm opções infinitas de música, seu manancial de atenção cai, e as músicas ficam menores, para acompanhar. Um fluxo continuo de 10 ou 15 singles ao longo de uns anos vai manter você mais fresco na mente dos ouvintes do que um só álbum.

O que é um single hoje em dia?

Mas qual é a definição de single, nesse mundo de música on-demand? Assim como o EP ( “extended play”), o nome foi se tornando enganoso com o passar do tempo. Nos tempos da música analógica, era raro que um single de 7 polegadas tivesse uma música só. Esse disco de vinil tinha dois lados, então no lado A ia a música principal e no lado B era um esquema “qualquer coisa vale”. Às vezes ia ser uma música que a banda tinha gravado e que não tinha entrado em lugar nenhum, ou talvez era uma nova versão de um hit já famoso. Até hoje, o termo “lado B” se refere a músicas menos importantes na carreira de um artista.

Hoje em dia, os maiores serviços de streaming, tipo Apple Music e Spotify determinam o que é um single. Mas as definições deles não são tão diferentes uma da outra, nem são tão diferentes de o que era um single em 1950.

O que é um single na Apple Music e no iTunes

Lançamentos que cumpram os requisitos abaixo vão ser automaticamente classificados como “Single”, e a palavra vai entrar ao lado do nome do seu lançamento, tanto na Apple Music quanto na iTunes Store.

  • O lançamento tem de uma a três (1-3) músicas
  • O lançamento todo tem 30 minutos ou menos, e cada uma das faixas tem menos de 10 minutos.

No Spotify

Sua música vai entrar na categoria “Singles and EPs” se ela:

  • For um lançamento com menos de 30 minutos.
  • For um lançamento com três(3) ou menos faixas.

Por que eu deveria lançar um single?

Singles estão rapidamente voltando a ser o formato mais importante da música. E isso é motivo mais que o suficiente para inspirar artistas novos a lançar músicas avulsas.

E, se você está a fim de lançar um single e está atrás de boas estratégias para esse lançamento, a gente também te ajuda com isso.