Músicos, CUIDADO — NÃO VIREM meieiros digitaisPor Chris Robley

Um artigo interessante da Copyblogger no mês passado dicutiu o sistema de meieiros digitais, que é quando o criador do conteúdo dá duro para fazer coisas bacanas e depois empresas como Facebook, Google, Pinterest, entre outras, colhem o fruto financeiro colocando esse conteúdo de graça nas suas plataformas.

Como explica a autora do artigo, Sonia Simone:

O termo meieiro se refere a práticas comuns nos EUA após a Guerra Civil [e no Brasil até a década de 1980], mas é basicamente a mesma coisa que feudalismo. Um grande dono de terras permite que agricultores individuais trabalhem na sua terra e tomam para si a maior parte do lucro gerado com a colheita.

O latifundiário tem todo o poder. Se ele decidir se livrar de você, você perde seu ganha-pão. Se ele decidir aumentar as taxas que cobra, você vai passar (um pouco mais) de fome. Você faz todo o trabalho e ele fica com a maioria do lucro, te deixando com migalhas de onde você tem de tirar seu sustento.

Uma coisa parecida está acontecendo agora, na Web 2.0.

Você posta suas músicas, vídeos, fotos e frases geniais, além de textões e dicas de como gravar música — tudo de graça — e quando você consegue levar audiência para esses conteúdos no Facebook, Google, Snapchat, Twitter, Instagram, ou qualquer outro site que não seja seu, é a empresa gigante de tecnologia que sai lucrando.

Você deveria estar presente nessas plataformas? Mas é claro. Você tem de pagar para se promover nessas plataformas? É claro (se isso gerar resultados). Você deveria concentrar seus esforços no Facebook, YouTube ou qualquer outro site que não seja da sua propriedade? É claro QUE NÃO.

Nós já falamos no passado sobre como uma página de Facebook NÃO é um site. Você precisa de um quartel-general para a sua música na internet, onde você tenha controle da experiência e do design da coisa toda. Mas há outra razão para você não confiar 100% nessas plataformas sociais; como a Sonia Simone bem aponta, os latifundiários — ou, neste caso, as plataformas sociais— podem eventualmente ser substituídos (para servir de lembrete, é só pensar na rede social que você mais amava e hoje é defunta).

Você pode gastar muito tempo e muito dinheiro fazendo marketing da sua música nesses sites só para depois perder a conexão com seus fãs, seja porque uma dessas empresas muda as regras do dia para a noite, ou porque seus seguidores todos trocam de rede social do dia para a noite.

Aqui vai o que a Sonia Simone recomenda que você faça:

O Facebook, Google, LinkedIn, Twitter, Pinterest e muitos outros sites sociais são todos ferramentas excelentes para você adicionar ao seu mix de marketing.

Mas o segredo é gastar a maior parte do seu tempo e da sua energia construindo ações que estão dentro do seu controle.

Há três “assets” que você deveria começar a construir a partir de hoje, e deve continuar enquanto tiver uma vida digital:

  1. Um site com bom design e que seja sedidado num host só seu
  2. Um mailing em que as pessoas possam inscrever seus endereços de e-mail com uma ferramenta de autorresposta bem boa
  3. Uma reputação de fazer conteúdo de grande valor

Desenvolver essas ferramentas é o equivalente a comprar um apartamento em vez de pagar aluguel todo mês

Você investe muito tempo e esforço nos seus negócios — não coloque tudo em risco ao colocar seu quartel-general em um terreno alugado.

Confira a íntegra deste artigo, em inglês, no Copyblogger AQUI.

Você já sofreu ao fazer o papel de meieiro digital? Conte para a gente na seção de comentários, aqui embaixo.