[Este post foi escrito pelo colaborador Steven James Wylie.]
Uma história de gravações, e de como importa com quem você trabalha
Com o avanço da tecnologia na última década, o mundo da gravação digital evolui num ritmo assustador.
Eu gravei meu primeiro projeto em 2003, com um Akai DPS16. Ele tinha uma memória ENORME de 10 gigabytes e uns efeitos legais. E ele era completamente auto-suficiente. Eu colocava “loops” usando o programa Acid no meu pc e depois transferia eles para meu Akai. Eu fiquei empolgadão. Meus amigos e eu nos divertimos muito com isso. Não tínhamos ideia de quanto éramos uns ignorantes digitais. Só sabíamos que conseguíamos fazer músicas de um jeito BEM melhor do que com nosso aparelho analógico Tascam 4!
Qualidade de MP3? Arquivos wave? Tanto faz! Mesmo para 2002, minha falta de conhecimento era constrangedora, mas eu era um artista! Não me encha o saco com as tecnicalidades! Ridículo. Tinhamos ótimas músicas e conceitos, mas a qualidade da gravação claramente não faria jus. Só depois que vi isso.
Quando a Apple lançou o Garageband, eu me apaixonei de imediato e fiz um EP usando ele, em 2008. Foi um enorme salto na qualidade do som. Eu podia fazer muito mais com os sons midi e os plug-ins que já acompanhavam o programa. Foi uma ótima experiência. Simples e limpinha. O produto final era melhor musicalmente, mas ainda não chegava lá.
Em 2011, eu me promovi para o Logic e gravei meu primeiro single, chamado “Winter Is Over”, usando ele. Era uma música com guitarras pesadas, um monte de baterias e sessão ritmada. Era, na minha opinião, a melhor coisa Até então, eu só tinha gravado por conta própria. Agora, a maioria de nós conhece o Logic, um dos programas de gravação profissional mais em conta, mas eu amei usar primeiro. Foi uma transição fácil porque eu estava acostumado ao Garageband. Não é um Pro Tools, mas pode fazer a maior parte das mesmas coisas.
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A voz dos profissas
Entretanto, depois que eu continuei trabalhando na canção “Winter Is Over”, ainda não estava feliz com ela. Então o que eu estava perdendo? Eu tinha o equipamento para fazer quase todas as coisas que os profissionais estavam fazendo. Acabei recebendo ajuda de um veterano de Nashville que acabou virando um bom amigo, o sr. Bret Teegarden.
Eu recente perguntei ao Bret, que remasterizou e remixou meus dois projetos mais recentes, o que ele pensava do assunto. E foi isso que ele tinha o oferecer:
“Sobre as pessoas usando estúdios caseiros em vez dos profissionais, eu diria que se pode chegar a um resultado satisfatório com ambos. Mas aviso que um ambiente profissional pode ser menos frustrante e pode, na real, fazer você economizar dinheiro e tempo, se você valoriza o seu tempo. Outro fator é ter a ajuda de profissionais para te ajudar com a produção. Há muita gente com estúdios em casa, mas geralmente os profissionais já cometeram todos os erros que as pessoas que gravam em casa cometem, ou que quem faz por hobby ainda tem de descobrir.”
Então, um estúdio em casa é tão bom quanto um profissional? Eu concordo com o Bret, os dois podem se aproximar. Vamos levar em consideração que estúdios profissionais também podem oferecer salas de gravação maiores e melhores que os montados em casa. Entretanto, o que faz de uma gravação melhor, em 90% das vezes, são os profissionais com quem você trabalha. É como eu fiz meu novo EP “Everything I Love”, meu melhor trabalho até hoje. Eu podia ter pedido que cada um dos músicos viessem à minha casa e fizesse sua parte, tocando. Eu teria gravado a bateria em outro lugar, para começar, mas tirando isso meu estúdio caseiro teria funcionado. Só que, se tivesse feito isso, eu nunca teria conseguido a sinergia que veio de todos tocarem juntos. Eu não teria tido os conhecimentos de produção e de engenharia de gente como Jeff Pitzer, Bret Teegarden e Chris Omartian. Eles são todos excelentes no que fazem, e foi uma revelação trabalhar com eles.
Em suma, vamos dizer que programas de computador e que computadores são legais. Na verdade, pode-se fazer coisas excelentes! Entretanto, é gente que faz de qualquer projeto um sucesso. Até que achemos um jeito de substituí-las (vamos rezar para que não), eles sempre farão a diferença. E isso deve ser verdade bem além da indústria da música.
E cá estamos. Vá em frente e vire um “profissa”.
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