O álbum “Singin’ Alone”, de Arnaldo Baptista, foi remasterizado pela Classic Master e agora está sendo relançado digitalmente. Para o CD Baby, é uma honra fazer a distribuição digital desta obra-prima da música brasileira.

Aproveitamos para conversar com o ex-líder d’Os Mutantes sobre a sua paixão por amplificadores valvulados e também pegarmos algumas dicas e ensinamentos de vida para os músicos com o mestre.

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Foto: Fabiana Figueiredo
 

Como foi fazer, produzir, mixar o álbum “Singin’ Alone” sozinho? Hoje, muitos artistas estão seguindo essa linha. O que você diz sobre isso?
Tenho a impressão de que esse lado de fazer tudo sozinho, eu faço no sentido de distribuir tudo em etapas. Eu, por exemplo, aqui no meu som pessoal, possuía um gravador ruim antigamente, mas produzi o LP por etapas, daí consegui fazer o LP “Disco Voador”, com aquele equipamento mais ou menos que eu tinha. Agora, eu estou muito melhor, vou botando as etapas mais para frente. A experiência que tive é que o meu lado musical é único e que eu sou meio excêntrico. Eu prefiro amplificadores valvulados.

Você pediu para terem algum cuidado especial com a remaster deste álbum?
Exatamente, ele fizeram utilizando aparelhos valvulados, que fazem com que o som tenha mais graves e médios, que o amplificador digital não possui

O que você diria para um músico que quer comprar um amplificador valvulado? Alguma dica?
Isso é interessante, porque o único que eu consegui comprar é importado e americano, chama-se Audio Research, em inglês, é pesquisa de áudio e eles fazem valvulados. Mas isso é uma coisa que tem que envolver muitas pesquisas. Uma vez, fui na casa de um amigo, Rubens, em São Paulo, e imagine que ele fez uma coisa. Ele foi no cine Comodoro, o Cinerama, e comprou todos os alto-falantes, tudo de 18 polegadas, e ligou todos em amplificadores valvulados. Então, a casa dele é um verdadeiro museu de som, com tudo valvulado da fábrica Mcintosh, espécie de Rolls Royce dos amplificadores valvulados. É uma coisa interessante esse lado excêntrico da pessoa que prefere ouvir, uma audiofilia, o amplificador valvualdo. Nesse sentido, ele tem um som mais redondo e menos estridente que o transistor.

Qual é a maneira que você mais gosta de gravar?
Quando posso estar aqui em casa, onde tenho todo o equipamento que preciso utilizar. Hoje, nos estúdios, não encontro mais amplificadores valvulados e instrumentos Gibson, órgãos Hammond e etc. Então, eu prefiro gravar aqui em casa com o meu equipamento e fazer o possível para agradar todo mundo, inclusive a mim.

Que equipamentos você vem usando atualmente nos shows?
Como eu falei, eu sou excêntrico e prefiro só valvulado. Me da até uma espécie de ânsia de vômito quando ouço amplificador transistor, digital. Então, estou fazendo assim, há males que vem para o bem: se o mundo é muito duro é porque você é mole, se o mundo é mole é porque você é duro. Então, eu preferi ser elástico. Eu fiz um show sem bateria, contrabaixo e guitarra, só com piano e um amplificador digital. Mas há males que vem para o bem. Eu fiz esse meu show no palco do Teatro Municipal de São Paulo, então foi um show maravilhoso e que parece que todo mundo gostou. Mas eu ainda não desisti, ainda vou conseguir um amplificador P.A. valvulado.

Qual é o segredo para um bom show?
O segredo para um bom show é inspiração e motivação. Às vezes, a gente se sente mal um dia e, de repente, vem um show, e nós temos que nos virar. Para um músico, não importa isso. Artista tem que estar sempre bom. Então, a melhor coisa é inspiração e motivação. Às vezes, um problema de camisa que não abotoa, você faz um show mal, mas o show business sempre tem isso de imprevistos. Então, a gente sempre conta com isso quando faz show, o lado que é imprevisto, então a gente tem que improvisar.

O que você falaria para os músicos que estão começando?
Eu tenho a impressão de que consciência é uma coisa importante na vida da música, poesia e composição. Então, ter consciência é uma coisa muito profunda e deixar as pessoas ligadas no som.

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