Teoria Musical - o que você realmente precisa saber para desenvolver suas ideias

Vamos ver partes importantes da teoria musical e como cada uma delas pode ser útil para desenvolver suas ideias musicais

Esse poderia ser um artigo sobre o que é ser músico e como essa profissão é rica, e para nós que trabalhamos e admiramos o mercado e todos que fazem boa música, como os músicos são importantes, como essa profissão é de aprendizado praticamente infinito e pode ser estudada e aperfeiçoada durante uma vida inteira…

Escrever sobre música ou sobre os que a fazem, seria muito fácil para os amantes da música como nós, mas nesse artigo vamos ter uma abordagem mais prática, voltada para os que querem iniciar os estudos no mundo música, e os de todos os níveis de experiência, mas que querem se aprofundar em determinadas áreas do conhecimento musical mas não sabem o que deve ser estudado.

Vamos ver partes importantes da teoria musical e como cada uma delas pode ser útil para desenvolver suas ideias musicais, ou até seu próprio estilo como artista/compositor. Como você já deve saber, a música pode ser dividida em 3 elementos distintos: Harmonia, Melodia e Ritmo. Dentro de cada divisão existem várias subdivisões com assuntos e conteúdos variados, o que pode deixar muita gente perdida na hora de se aperfeiçoar.

Leitura:

Vamos começar com um dos temas mais polêmicos para os estudantes, a leitura está presente no medo que os alunos têm do vestibular de música, está presente nas grandes salas de concertos, está presente também nas revistas de bancas de jornal através das famosas cifras, por que não?

O tema leitura musical é polêmico por que muitos consideram que não seja necessário desenvolver essa habilidade para conseguir se expressar, algumas pessoas usam a famosa frase: “se eu não vou tocar música dos outros não preciso ler, quero tocar as minhas próprias músicas…” ou “muitos artistas famosos não sabem ler partitura…” essa falácia popular pode ser muito perigosa, pois a leitura só tem a agregar à pessoa que a desenvolve, não há nada a perder, não há que se falar de músico de lê perde a expressão e tantas outras frases prontas sobre o assunto.

Na verdade, a leitura musical, em partitura é de fundamental importância para o desenvolvimento e correto registro de uma obra musical, além de ser uma grande ferramenta de aprendizado, pois ao ler você está exercitando seu raciocínio e vocabulário musical da mesma forma do que praticando uma peça por exemplo.

Escalas Musicais:

Um dos assuntos preferidos da maioria dos estudantes, as escalas são de grande importância para o desenvolvimento do músico iniciante e intermediário, através do estudo das escalas, especialmente a escala diatônica, o músico consegue entender melhor como funciona o campo harmônico, os acordes que podem ser formados dentro da escala, a relação entre tons (tons relativos) e os graus musicais. Veja como esse tema é de grande riqueza e transborda para diversos subtemas. Caso você já tenha estudado e esteja bem seguro com a escala diatônica, veja como funcionam as sonoridades criadas pelos modos gregos e explore novas escalas, as diferentes sonoridades podem abrir muito seu leque de ideias musicais e dar uma “cor diferente” às suas composições! Escalas como menor harmônica, menor melódica, dom-dim, e outras podem ser usadas em momentos-chave das suas músicas para criar um clima diferente, o limite é a sua criatividade!

Acordes:

Esse assunto deve ser estudado desde os estudos de escala diatônica, não se prenda aos acordes básicos, muitos iniciantes param de estudar acordes após aprenderem os acordes maiores e menores, talvez alguns acordes com sétima, isso em um idioma seria o equivalente a se negar a aprender 50% ou mais das palavras dessa língua, como você iria se comunicar com poucas palavras?

O estudo de acordes é tão amplo e importante, que é fundamental ainda para instrumentos que não usam acordes, pois é preciso entender a sua parte junto com o que os outros instrumentos estão tocando, muitas vezes você estará formando um acorde com outro instrumento.

O estudo de acordes depende do conhecimento básico de intervalos, entendendo os intervalos você será capaz de montar os acordes sem ter que aprendê-los através de formatos, saberá que intervalo cada dedo está gerando em relação à tônica deste acorde, você será capaz de estudar as inversões de acordes – onde você basicamente altera a altura da tônica, tocando as mesmas notas em diferentes ordens por assim dizer. Através desse estudo você também será capaz de tocar um mesmo acorde de diferentes maneiras e em lugares diferentes no seu instrumento, se tornando um músico mais versátil.

Como leitura complementar não deixe de ler nosso artigo sobre como dominar seu instrumento.

Improvisação:

Para encerrar, um dos temas mais buscados pelos músicos de forma geral, pode-se dizer que o improviso para muitos é o “futebol com os amigos”. A improvisação não deixa de ser um momento de liberdade artística e a música permite que isso seja feito de forma muito natural, não existem regras, existe bom gosto, coisas que funcionam e outras nem tanto, ainda assim a apreciação pode variar bastante.

O curioso é que a improvisação acaba sendo um tema muito polarizado pois os músicos iniciantes naturalmente não saberão improvisar tão bem, pois lhes faltará experiência e vocabulário muitas vezes, ao passo que um músico mais estudado e experiente saberá lidar melhor com o improviso, ou seja, ainda que seja natural e uma reação contínua ao que está acontecendo no momento, a improvisação é sim fruto e resultado de muito estudo. Para quebrar as regras de forma elegante, o músico precisa conhece-las muito bem, não se engane, é preciso estudar muito para chegar ao ponto de pensar em quebrar as regras e ter sua própria identidade.

Se concentrando nesses 4 pontos sua evolução será uma questão de tempo! Bons sons!