"Tem alguém ouvindo minha música?"

Uma lição de ‘branding’ musical para novos artistas.

Você pode estar dirigindo, checando seu email ou só perdendo tempo na internet. Mas o mundo vai estar tentando te passar uma mensagem, te vender algo. Entendedores de marketing digital estimam que a gente veja de 4.000 a 10.000 anúncios por dia, então é claro que não conseguimos lembrar de absolutamente todos.

Se você é um músico independente e está “vendendo” a sua música, pode ficar encafifado com como diabos as pessoas vão te notar. Talvez você já tenha se perguntado: “…tem alguém ouvindo minha música?” Já que há tanto conteúdo por aí, uma coisa boa de fazer é se diferenciar dos outros.

A essência da sua marca

Se você ainda não notou, as pessoas têm uma capacidade de prestar atenção bem curta. A gente fica hipnotizado por luzes ou objetos brilhantes, mas mesmo eles não conseguem prender nossa atenção por muito tempo. Às vezes pode parecer que você tem de fazer coisas que viu outros artistas fazendo. Mas quando a gente pensa na “essência da marca”, ou na vibe que está passando, você tem que se perguntar: Como eu quero ser lembrado? Cada escolha que você fizer – das fotos que vão ilustrar seu álbum à maneira como você se veste – são uma oportunidade.

Antes de as pessoas ouvirem sua música, sua imagem vai ser a primeira e única impressão. É bem capaz que você já tenha feito um ensaio de fotos que esteja usando online. Se você tivesse que se descrever em três palavras, nessas fotos, seriam as palavras que você queria que seus fãs usassem? Quando você pensa na vibe que está criando, isso vai te ajudar a criar (propositalmente) a imagem que você deseja. Quando mais você conseguir conceber sua visão do que quer ser, mais fácil vai ser traduzi-la para uma imagem.

O que TE faz sentir algo?

Buscar inspiração é um ótimo jeito de começar, enquanto você pensa na sua imagem. Enquanto você acha clipes ou imagens que curta, anote quais são os elementos que te chamam a atenção — mas não permita que a inspiração descambe em imitação. Você pode acabar com um “look” um pouco parecido, mas numa versão única, de um artista que admira, mudado até ter virado algo novo. Se há aspectos da sua banda que parecem únicos (sejam suas letras, a maneira que vocês se vestem ou esquisitices que venham à mente), esses ítens devem ser os que você deve usar para brincar com a sua banda.

Experimenta!

Do mesmo jeito que você pode encontrar inspiração no que te cerca, permita-se a liberdade de experimentar com novos sons também. Quando o Pharrell Williams ouviu pela primeira vez uma música de Maggie Rogers, chamada “Alaska”, durante uma aula na universidade NYU, ele ficou sem palavras. “Eu nunca tinha ouvido alguém assim antes”, disse Pharrell, “e eu nunca mais ouvi alguém assim depois.” Ele explicou então como um novo som é a combinação única de duas coisas muito boas. Esse conselho vale tanto para o seu som quanto para sua imagem.

Crie seu próprio palco

Toda vez que você compartilha sua música, tem uma oportunidade de criar uma experiência. Fazer shows ao vivo é um ótimo jeito de levar sua música às pessoas, mas casas de show não são os únicos lugares em que você pode tocar ao vivo.

Há histórias de bandas de bluegrass fazendo shows secretos em cavernas, outros grupos alugaram barcos para performances mais íntimas e houve shows “secretos” em jardins e ao lado de rios. Quando o assunto é compartilhar seu som de jeitos inovadores, eventos exclusivos, ou completamente inesperados, têm uma mística.

No fim, a maneira como as pessoas vão reagir à sua música vai depender de como você determinar o quão longe elas podem ir. E, como o mercado fonográfico não é uma ciência exata, mas tem algumas coisas que você pode fazer para se destacar. Permita-se arriscar, veja o que acontece e faça mais do que deu certo. Use todos os recursos e plataformas que tiver para causar uma boa impressão. Nas palavras de Maya Angelou: “As pessoas podem não se lembrar do que você fez ou do que você disse, mas elas sempre vão se lembrar de como você fez elas se sentirem.”