Por Chris Robley

A Apple anunciou há pouco o lançamento do Apple Music, um serviço para ouvir música online, em “streaming” e à hora que você quiser, que competirá com o Spotify, o Rdio, o Google Play etc.

[Nota: Se você incluiu serviços de “streaming” na sua distribuição com a CD Baby, sua música já estará no Apple Music quando for lançado em 30 de junho. Além do mais, você poderá customizar seu perfil artístico no Apple Music usando o Apple Connect!]

Nos últimos meses, rumores do lançamento haviam se espalhado, enquanto muitas pessoas do mercado de música reagiam à fofoca com ceticismo ou indiferença: grande coisa, outro serviço de “streaming”! Por que eu pagaria para usar o Apple Music quando eu tenho o Spotify de graça? O Spotify já tem milhões de clientes; o Apple Music não tem nenhum! E por aí iam as reações mais amargas.

Mas eu andei bem animado com esse lançamento por algum tempo. Por quê? Bom, o Doug Morris, CEO da Sony Music, resumiu bem em uma entrevista que deu ao Midem: “(A Apple tem) US$ 178 no banco. E eles têm 800 milhões de cartões de crédito cadastrados no iTunes. O Spotify nunca fez muita propaganda porque nunca deu lucro. Meu chute é que a Apple vai promover esse serviço que nem uma louca, e que essa promoção acabará tendo uma aura que chegará a outros serviços de ‘streaming’ também.”

Em outras palavras, a Apple talvez seja A competidora com mais poder, alcance, dinheiro e lealdade de marca capazes de mudar o comportamento de massa dos seus clientes para serviços de música em “streaming” PAGOS (já que o Apple Music não tem opção de plano gratuito).

Uma transição suave para o streaming?

Nem que a vaca tucisse sua tia Neyde abriria uma conta no Spotify; mas na Apple? Por que não! Eles já têm as informações do cartão de crédito dela, e da próxima vez que ela for à Vivo (Claro, Tim, qualquer uma) comprar um novo aparelho, o Apple Music já virá baixado no próximo celular dela.

Além do que, haverá comerciais do Apple Music na TV e no ráadio. A marca Apple Music estará por toda a internet. Apple Music nos jornais e nas revistas. Esse pode ser o ponto de virada para os consumidores de música adotarem “streaming” por assinatura, aumentando o valor que o artista e a gravadora recebem cada vez que sua música é tocada, e trazendo mais atenção para a questão da remuneração do artista e do compositor, um assunto importante que poderá garantir uma economia saudável e independente para quem trabalha com isso no presente digital e no futuro.

Isso é, no mínimo, o que eu espero que aconteça.

É claro que os amantes de música ainda vão querer fazer download dos seus sons em alta resolução, e muita gente vai seguir querendo comprar CDs e discos de vinil (inclusive eu), mas não faz mais muito sentido para o ouvinte médio ter arquivos de música baixados em seu celular. Isso é a realidade, e não tem como voltar atrás. Quando todo mundo estiver consumindo música de um jeito que faz mais sentido para os dias atuais, daí todos — os artistas, os clientes, os serviços, os legisladores e (é claro) os lobistas — podem se debruçar sobre o assunto e achar uma solução que é justa para todos. E enquanto gravadoras e distribuidoras podem negociar a estrutura de pagamento com a Apple Music (porque, vale repetir, o Apple Music só oferece assinaturas pagas), eles estarão numa posição de poder pressionar o Spotify e outros serviços de “streaming” a abandonar seu planos gratuitos. O mundo voltará a pagar por música. Aí é só uma questão de fazer com que esses pagamentos por-stream subam de acordo.

Esse cenário parece algo inevitável ou utópico para você? Conta para a gente na seção de comentários, aqui embaixo.

Quer que sua música esteja no Apple Music? Assine com a CD Baby ainda hoje.