Eis algumas das palavras que você precisa saber para conhecer o mercado da música hoje em dia
Assim como qualquer outro mercado ligado ao entretenimento, a música está em constante mudança. E essa mudança traz com ela a invenção de novos termos e palavras, para definir facetas novas do processo de composição, gravação, turnê etc. Às vezes, palavras que já existem caem em desuso e ganham uma nova versão.
Isso tudo pode causar uma confusão! É difícil tentar acompanhar os termos e gírias da vez. É por isso que a gente compilou aqui um pequeno dicionário para você usar em momentos de dúvida. Esse post é uma obra em construção: nós vamos continuar adicionando novos termos e palavras conforme eles forem surgindo, e pode deixar nos comentários suas dúvidas sobre palavras ou frases que você viu por aí e não entendeu. Esperamos que você salve essa página e volte aqui quando estiver encafifado!
Termos e palavras da música moderna, para você ter na ponta da língua
Content ID: o Content ID — que vale para todas as gravadoras e artistas — é a maneira como o YouTube tira a “impressão digital” da sua música, e depois procura em todos os vídeos da plataforma para identificar se ela é usada em algum (mesmo que sua música seja usada em vídeos que você não publicou)
Asset: No mundo do YouTube, um “asset” ou um “recurso” é o nome que se dá ao tipo de arquivo que contém as informações sobre propriedade intelectual que um proprietário de conteúdo forneceu ao YouTube para gerenciamento de direitos. Um recurso de fonograma, por exemplo, leva pra dentro do YouTube metadados como o UPC, ISRC, artista e álbum. É usando o asset que o Youtube gera e armazena a tal da “impressão digital” do seu conteúdo, que será usada pelo Content ID para identificar usos do seu trabalho.
Beatmaker: Uma pessoa que cria as batidas de hip-hop, dance music, funk e outros gêneros musicais que se baseiam em sintetizadores. Os Beatmakers geralmente usam samples, trechos de músicas antigas, ou captam sons de shows ao vivo para criar batidas que serão usadas repetidas, para fazer o ritmo de uma música. Um beatmaker às vezes ganha o crédito de produção das músicas em que trabalha.
Bit rate, ou taxa de bits: O número de bits por segundo (medido em kilobits por segundo, ou kbps) que existe dentro de um arquivo de áudio, e que vai definir o tanto de informação que o arquivo tem. Um arquivo com uma bit rate maior vai ter mais informação e, portanto, vai ter uma qualidade de som melhor (pelos menos teoricamente). As taxas de bit mais comuns são a “soltinha” MP3s, de 320 kbps, e os arquivos “impecáveis” de 1411 kbps, em WAV, ou também variações de 900 kbps, tipo arquivos FLAC.
Claim ou Reivindicação: No mundo do YouTube, este é o aviso que o usuário recebe quando o YouTube identifica, por meio do Content ID, que um vídeo utiliza um material que faz parte de um programa de monetização e está protegido por direitos. Não significa que o seu vídeo foi nem será bloqueado e (importantíssimo!) não é um strike – aliás, quando você opta pela monetização no YouTube com a CD Baby, é normal receber este aviso em seus próprios vídeos. Não se preocupe! Isso não significa que temos direitos sobre o seu material, apenas que o administramos para você. Receber esta mensagem é sinal de que o programa está funcionando corretamente.
DAW: Digital audio workstation, ou estação de áudio digital. Os equipamentos eletrônicos e os programas (ou uma combinação dos dois) que são usados para gravar, editar e fazer o processo de engenharia de um arquivo de som. Esse termo pode ser usado tanto para um estúdio profissional quanto para as versões caseiras. As evoluções dos DAWs incluem ferramentas como o Pro Tools, e permitiu que nos últimos 20 anos muitas pessoas tenham um DAW em casa.
Distribuidor(a)/Agregador(a): Uma empresa que distribui sua música para Digital Service Providers (nós vamos explicar o que é ali embaixo) como Spotify e Apple Music. Um distribuidor de respeito não só distribuir sua música para as plataformas, como também oferece serviços como monetização e administração dos seus direitos editoriais (que nós vamos explicar aqui embaixo). Por exemplo: a CD Baby é a melhor distribuidora de música do mundo, porque eles ajudam os artistas a distribuir, monetizar e divulgar o seu som!
Drop: O verbo “drop” em inglês significa “soltar”, e virou gíria para lançar uma música nova. Por exemplo: “O single dropa na sexta!” O verbo “to drop” também é usado na cena eletrônica para o momento em que a música chega ao momento com o baixo mais intenso.
DSP: Digital service provider, ou provedor de serviços digitais. As plataformas digitais que vão sediar sua música para ser ouvida em streaming, ser baixada com downloads, ou ambos. Por exemplo: Spotify, Apple Music, Amazon Music.
Ep: Lançamentos com menos de 30 minutos no total e no máximo 6 faixas.
Hi-res: Áudio em alta resolução. Qualquer arquivo de áudio que tenha uma qualidade maior do que a média do mercado, que é de 16-bit e 44.1 kHz. Um exemplo de qualidade de áudio em alta resolução, mandado para plataformas como o iTunes é de 24-bit, 44.1 ou 96 kHz.
Influencer: Alguém que conhece muito de algum assunto e tem muitos seguidores, e por isso pode influenciar as pessoas a comprar algo, ou mesmo a criar tendências dentro de uma comunidade. Os influencers geralmente usam as redes sociais para externalizar sua voz. Por exemplo: um influencer do mundo da música pode ser um crítico que escreve sobre lançamentos, um executivo do mercado fonográfico que vai contratar ou não artistas ou ainda um criador de vídeos de YouTube que tem centenas de milhares de seguidores.
ISRC: The International Standard Recording Code (ISRC) ou “Código Internacional de Gravação Padrão” é um código padrão internacional para a identificação única de gravações de som e videoclipes. Um ISRC identifica uma gravação específica.
Live stream, ou só Live (que é um verbo e um substantivo): Qualquer mídia (vídeo, áudio ou a mistura dos dois) que é transmitida conforme é gravada. Os músicos fazem lives no lugar de shows durante esse período em que a gente não pode se aglomerar.
Licença de Sincronização: Licença de sincronização, ou “Sincronização“, refere-se ao uso de música em filmes, televisão, publicidade, anúncios, video games, apresentações, vídeos no YouTube ou em qualquer outro produto em que se utilizam música e imagens em movimento.
Monetizar (verbo); monetização (substantivo): Gerar renda com mídias digitais. A monetização pode ser algo simples, tipo o dinheiro que você ganha quando seu som é tocado nas plataformas de streaming ou a parcela da renda que você recebe do YouTube, gerada pelos anúncios que são colocados nos seus vídeos.
Pre-add (Apple Music): Essa é a versão do Apple Music do “pre-save”. Funciona basicamente da mesma forma que o recurso do Spotify para o usuário, que simplesmente adiciona sua música à lista de reprodução antes de ser lançada e pode então ouvir o álbum inteiro na data de lançamento.
Pre-Save (Spotify & Deezer): Recurso permite aos usuários salvar uma música ou um álbum inteiro em sua fila, através de um link, antes de ser lançado. Isso é conveniente tanto para o artista quanto para o usuário.
Produtor ou Produtora (Musical e Fonográfico): Tradicionalmente, é um profissional ou uma profissional que fica no estúdio junto com a banda e com os artistas, e guia o processo de gravação. O produtor musical é quem é contratado por um artista ou banda para produzir a música, arranjos, idéias, ele acompanha todo o processo desde a criação até a gravação. Já o Produtor Fonográfico é o detentor de direitos do fonograma.
Publishing administration/administrador de direitos autorais de obras musicais (no Brasil “editora”) É quem recolhe a renda gerada pelo uso de uma música em rádio, shows ao vivo ou qualquer outro uso feito da música que você escreveu. No Brasil esta mesma definição é considerada uma editora.
Sample: Na música, sample (“amostra” em português) é a reutilização de uma parte de uma gravação de som em outra gravação. … Sampling é a base do hip hop, que surgiu com os produtores dos anos 1980 fazendo samples de discos de funk e soul.
Single: na época em que o disco de vinil era o único formato de distribuição de música, o single era um disquinho com uma música de um lado e outra música de outro. Na era da música digital, um single é geralmente uma única música que é lançada sozinha nas plataformas digitais (ou DSPs). Essa música pode ser uma prévia de um álbum que vai sair, ou pode ser só um som que você quer lançar individualmente, e se afastar do modelo de lançamento single-depois-álbum.
Streamers: Aquele que faz ” live stream”, em português “transmissão”.
Topline: A melodia principal de uma música, cantada pelo vocalista ou pela vocalista. Ela geralmente vai virar um “gancho”, quando repetida e acompanhada de instrumentos musicais. É a parte mais pegajosa da música, aquela que não sai da sua cabeça.
UPC: Um código de barras UPC é um número de série exclusivo de 12 dígitos que identifica seu produto específico entre todos os outros produtos no mercado. Todos os lançamentos requerem um código de barras UPC.
VST: Virtual Studio Technology, ou tecnologia de estúdio virtual..Os programas e softwares usados nos DAWs para simular efeitos sonoros que geralmente só seriam possíveis de reproduzir em um estúdio convencional, e não num computador. O VST foi outro passo importante para que os estúdios caseiros tenham evoluído muito.
YouTuber: Um criador ou uma criadora de conteúdo que faz vídeos para o YouTube. O YouTube virou uma plataforma muito popular no fim da década de 2000, e nos anos 2010 virou uma indústria, onde milhões de pessoas têm seus próprios canais, geralmente focados em um assunto específico. Os YouTubers fazem lives de música, respondem a dúvidas do público etc., ou publicam vídeos que já tinham gravado antes, falando sobre música.