NÃO É VERDADE que a Apple está acabando com o iTunes, e os downloads não estão mortos

Por: Chris Robley

Adeus aos downloads? Ainda não.

Depois de 18 anos, a Apple anunciou nos últimos dias, no evento WWDC, que ia acabar com o iTunes.

PÂNICO! GRITARIA!

Tô só brincando.

Sua primeira preocupação, enquanto músico, deve ser: “Os meus fans vão conseguir acessar ainda as músicas que baixaram pelo iTunes?”

Sim. Eles vão.

Arquivos que foram baixados, ou downloads comprados, ainda estarão disponíveis na Apple Music.

O iTunes é uma loja de música, biblioteca de som e um music player, que ainda não vai acabar: todas essas funções serão incorporadas ao app musical da Apple, chamado Apple Music (que também é o serviço de som de streaming por assinatura). A iTunes Music Store ficará disponível dentro do menu da Apple Music.

Como a Apple explicou:

Os usuários vão poder ter acesso às suas bibliotecas de músicas, sem se importar se essas músicas foram baixadas, compradas como downloads ou importadas de um CD. A “iTunes Music Store” está a um clique de distância de qualquer música.

A imprensa noticiou essa mudança como “a morte” do iTunes, mas ela na verdade é só uma mudança de marca. O iTunes só tinha se transformado em… muitas coisas: um lugar para música, filmes, TV, podcasts, aluguel de casas, venda de carros usados e comida orgânica (os últimos três são mentira, tá?).

A Apple vai lançar um novo sistema operacional chamado Catalina, que vai substituir a experiência do iTunes com três apps diferentes — Apple Music, Apple Podcasts e  Apple TV — que foram criados para simplificar como os clientes da Apple vão acessar shows, filmes, podcasts e música.

Então é o fim do “download”?

Ainda não. Downloads ainda existem, o que é provado pelo fato que a Apple vai continuar apoiando a compra, a venda e a propriedade de arquivos digitais. Mas deixa eu dizer uma coisa óbvia aqui: serviços de assinatura de música em “streaming” são a prioridade do mercado de música hoje. E o foco da Apple não é diferente.

Nós estamos no meio de uma mudança enorme no consumo de música: fomos de um modelo de propriedade de arquivo para um modelo de uso do som. Essa mudança está acontecendo há mais de dez anos, e provavelmente vai continuar rolando.

Mas é claro que o fechamento do iTunes — a loja virtual mais poderosa da história da música digital — mostra se estamos mais perto do começo ou do fim dessa transição.