Screen-shot-2014-12-01-at-12.26.01-PM-1Um artista independente explica porque o Spotify não é prejudicial aos músicos

Foi uma grande confusão quando a Taylor Swift retirou suas músicas do Spotify, e blogs de música (como este) têm falado sobre o assunto desde então.

Grande parte da discussão gira em torno de como o Spotify paga pouco por cada stream, e como esse valor pago não é o bastante para que os músicos consigam se sustentar. Muitos dizem que mesmo que o Spotify seja bom para a Indústria como um todo, ele é ruim para os artistas.

A WIRED postou um artigo com uma outra opinião, escrito por Ben Berry, co-fundador da banda (e membros do CD Baby) Moke Hill. Para o Barry e a sua banda o Spotify tem sido “um enorme ganho”.

O que ele diz sobre o efeito do Spotify na sua carreira:

Nós criamos o Moke Hill com um EP que foi lançado no final de 2013, e então trabalhamos em um novo material para fazer um lançamento completo que nos ajudaria a dar segurança para gravadoras, e parceiros de produção e de agenciamento. Durante esse ano, sem marketing, relações públicas ou apoio de uma gravadora, o Spotify expôs nossas músicas para um público que não conseguiria ter nos encontrado de um outro jeito. Na última vez que olhei, nossa música “Detroit” tinha sido tocada 310,187 vezes.

Ele então fala sobre royalties no Spotify, direitos de publicação e de gravação, e porque ela acha que a Taylor Swift talvez tenha cometido um erro ao tirar as músicas dela do serviço:

No caso da Taylor Swift, nós não sabemos o que fez ela tirar as suas músicas do Spotify, mas na semana passada o presidente de sua gravadora (Scott Borchetta) fez esse comentário:

“Se um fã compra um CD, iTunes, ou o que seja, e então seus amigos dizem, ‘por que você pagou por isso? É grátis no Spotify.’ estamos sendo muito desrespeitosos com esse superfã.”

Eu não sei se entendi a sua lógica, mas eu sei que a música não é “grátis” no Spotify, já que muitos usuários (eu inclusive) estamos pagando pelo serviço, e o resto está pagando no formato de propagandas. Eu posso até dizer que é “desrespeitoso” (para usar suas palavras) forçar os fãs a comprarem CDs ou usarem iTunes quando eles provavelmente deixaram esse modelo anos atrás (ou nunca entraram nele, como é o caso de consumidores mais jovens).

Berry dá argumentos sobre o futuro (e o presente) do streaming de música, e acredita que com mais adoção, o Spotify vai virar uma grande parte da receita dos artistas:

O mercado fonográfico falhou ao tentar encontrar uma boa solução quando CDs piratas começaram a aparecer, tentando obrigar os fãs a comprar mais e mais CDs. Por quê? Porque meio século atrás as gravadoras descobriram que podiam ganhar mais dinheiro obrigando os fãs a comprarem um álbum completo em vez de comprar músicas individualmente, e as gravadoras não tiveram o desejo de inovar e mudar um sistema que vem trabalhando muito bem para ela. Agora nós temos um modelo sustentável que pode revigorar o negócio da música, e a Indústria ainda está tentando fazer as pessoas entrarem no iTunes e comprarem um álbum.

Ao invés de brigar, eu acredito que a Indústria deveria abraçar a mudança que está vindo (ou melhor ainda, que já chegou). Avanços tecnológicos tornaram o acesso móvel a milhões de música em uma realidade – e isso é ótimo para fãs de música. Assinantes pagando pela versão móvel do Spotify nos Estados Unidos estão gastando cerca de US$ 120, ou mais de R$ 300 milhões, por ano no serviço – muito mais (quase 5x de acordo com alguns estudos) do que um consumidor médio gastaria com música em um ano. Mais pessoas gastando com música (já que a receita total do Spotify aumenta com cada usuário) nos leva a maiores pagamentos para artistas, escritores, gravadoras e outras empresas do ramo.

O Spotify ainda está começando, então os número de pagamento são muito menores agora do que eles vão ser quando o serviço crescer. Imagine se o Spotify for abraçado por músicos famosos e a receita cresça em 10 vezes o que ela é hoje (e o valor de streaming por música acompanhe esse ritmo); os singles mencionados acima poderiam gerar de US$ 9 a US$ 17 milhões de dólares cada – por música.

Com relação a Moke Hill, nós gastamos quase nada para colocar nossas músicas no Spotify e ela tem sido escutada por milhares de pessoas do mundo todo que nunca ouviriam nossa música de outro jeito. O Spotify não está só nós pagando, ele está construindo nossa base de fãs enquanto faz isso, o que vai fazer com que seja mais fácil eventualmente vender ingressos para nossos shows.

Eu me preocupo que se mais artistas grandes seguirem a Taylor Swift, bandas como a nossa podem perder uma plataforma bacana em que a nossa música é ouvida. E eu posso dizer pessoalmente, que se não fosse pelo Spotify eu não teria descoberto vários artistas que eu hoje considero meus favoritos.

Confira o artigo inteiro, em inglês, AQUI, e nos conte o que você pensa. O Spotify é bom ou ruim para os artistas?

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