Nessa postagem fazemos um resumo para músicos independentes do Mapa dos Festivais 2023. A pesquisa é um filhote da plataforma de conteúdo sobre festivais de música criado por uma organização especializada em branding musical para reunir em um único lugar informações sobre eventos deste tipo que acontecem no Brasil. Além de agenda e notícias dos festivais, o site disponibiliza dados sobre a evolução do mercado da música no país. Por exemplo, no início desse ano, a plataforma gerou o relatório “Mapa dos Festivais: Panorama 2023” que analisou cerca de 300 eventos realizados no ano, disponível aqui.
A análise levou em consideração todos os festivais registrados na plataforma entre janeiro e dezembro de 2023, seja pela equipe de mapeamento, seja pelas próprias produtoras dos eventos. Nós lemos todo o documento e trazemos alguns highlights que os músicos independentes precisam saber.
Definindo um Festival de Música
Para a plataforma, um evento pode ser considerado um festival de música quando cumpre os seguintes requisitos:
- Ter a música como o elemento central, mesmo que apresentem também outras manifestações artísticas
- Acontecer com regularidade, com exceção para aqueles que estão em sua primeira edição
- Contar com mais de três atrações musicais
São desconsiderados eventos cujo foco seja inovação ou criatividade, festas populares (ainda que os shows sejam seu ponto alto) e eventos que não aconteceram desde 2021.
Ao todo, para o Panorama 2023, foram considerados 298 eventos em todo país. A lista completa você pode ver ao final do relatório.
Boom de festivais
Já faz tempo que se comenta o crescimento do número de festivais no Brasil. O relatório do Panorama 2023 do Mapa de Festivais confirma a suspeita do aquecimento do mercado no país. Além de ter registrado um aumento significativo do número de eventos cadastrados na plataforma, a pesquisa constatou que cerca de 25% dos festivais analisados estavam em sua primeira edição em 2023. A boa notícia é que, dos 71 novos festivais, 16 já tinham segunda edição confirmada para 2024 no momento da pesquisa.
O aumento do número de festivais, no entanto, é registrado principalmente nos últimos dois anos. Antes disso, durante os momentos mais críticos da pandemia da Covid-19, o mercado da música sofreu um baque drástico, com a perda de eventos importantes para o calendário nacional. A pesquisa, no entanto, registrou os resistentes, totalizando 40 eventos com mais de cinco edições. Os nomes dos mais antigos você confere no relatório.
Valores variando de zero a 3 mil reais
O relatório destaca que, dos 298 festivais analisados, 32 tiveram ingresso gratuito e o valor médio das entradas é de 329 reais. O pódio do mais caro fica para o gigante Lollapalooza.
Uns com tanto, outros com tão pouco
Como era de se esperar, considerando a concentração de renda e investimentos do país, a região que registra o maior número de festivais é a sudeste, sendo a cidade de São Paulo responsável por quase metade dos eventos mapeados. Já a região com menos festivais é a Norte, com apenas nove registros.
Temporada de festivais
O segundo semestre registra o maior número de eventos, com setembro, outubro e novembro totalizando 107 eventos. Em seguida, abril e maio fazem um bloco de 66 festivais. Para ver o detalhado dos meses e se programar para enviar seus materiais aos produtores, veja a página 16 do relatório.
Quais são os artistas mais procurados?
No resumo para músicos independentes do Mapa dos Festivais não pode faltar essa informação: quem está mais em voga nesses eventos? 3127 artistas estiveram nos palcos dos 298 festivais analisados. Destes, cinco dividem o pódio dos mais presentes em line ups, com 19 shows cada um. Pitty é a única mulher dessa lista, sendo também a que mais se apresentou na região sudeste. Um grande feito, portanto, considerando a massiva presença de homens cis: 65,6% dos artistas.
Se a curiosidade estiver te corroendo, vá direto ao capítulo 4 do documento, página 17.
O que mais tem na pesquisa?
Em síntese, no documento você vai ver informações sobre os gêneros musicais mais comuns dos festivais, tipos de apresentação que estão em alta e as marcas parceiras que mais investem neste tipo de evento. Para além disso, a pesquisa analisa o que o novo hype de festivais têm trazido de inovação: estrutura, internacionalização, festivais de nicho e o tema da mudança climática vão aparecer neste capítulo.
Material de estudo
Em conclusão, se você é um músico independente no Brasil e está querendo reforçar seu nome no mercado, com certeza os festivais são um ótimo caminho: tanto como oportunidade de fazer shows, expandir seu público, quanto na chance de fazer networking e direcionar sua carreira. Entendemos que essa é mais uma oportunidade de navegar as inconstâncias e mudanças do mercado de música, sobre a qual temos falado e buscado dar dicas. Portanto, estude, baixe o arquivo e depois conta pra gente o que você descobriu de novo.