NoBSPor Chris Robley

É comum que músicos tenham dificuldade de descrever seu próprio som. Eu mesmo me declaro culpado de franzir o cenho várias vezes que me perguntam, “Que tipo de música você toca?”

Depois de uma pausa constrangedora,  eu digo algo do tipo “Ah, é um tipo de folk pop puxado para Beatles” — o que, se não é uma ótima descrição, ao menos dá às pessoas um ponto de referência que já foi definido por amigos, fãs e pela imprensa musical.

Algumas bandas, entretanto, não ficam só falando outra língua quando vão falar sobre sua música: eles estão completamente fora da casinha.

Evite descrições inúteis e comparações difíceis de entender

Antes de meu amigo Brad e eu fazermos parte da equipe de marketing do CD Baby, nosso trabalho — de editores musicais — era ouvir todo e qualquer álbum que chegasse ao CD Baby. Enquanto a música tocava, a gente inevitavelmente lia algumas das informações dadas pelos artistas: notas sobres as músicas, descrições breves do som, designação do estilo etc.

É provável que em 75% do tempo essa informação fizesse sentido. Mas e quanto aos outros 25%? Uau!!!

Nós ouvíamos as notas no encarte do álbum, ouviamos as músicas e pensávamos: “No que diabos eles estão pensando? O som disso não chega perto da música do elevador do Brian Eno; parece mais rock feito em repúblicas americanas nos anos 1990, tipo Barenaked Ladies!” Ou “Eles realmente acham que fazem um som remanescente do hip hop original? Pois parece mais trance.”

A lição óbvia aqui é: só porque você foi influenciado por um artista e o admira muito, não quer dizer que seus sons tenham de se parecer. Tenha certeza de que suas comparações “som parecido com” sejam razoáveis.

Nem TODA banda que toca guitarra soa como o Radiohead ou os Beatles. Nem todo rapper é cria do Jay-Z. E só porque sua banda de blues toca uma música de rock country, isso não quer dizer que as pessoas vão ter confundir com The Eagles.

Se você está tendo dificuldades em ser objetivo (e É CLARO que você está), pergunte aos seus fãs como eles definiriam seu som e com o que ele se parece. Preste atenção a quem a imprensa está te comparando. E esteja preparado para as pessoas te compararem a artistas de quem você não gosta ou com gente que você nunca ouviu falar. Já aconteceu comigo um par de vezes; a pessoa me disse, “Ah, seu som é bem parecido com o da [banda que eu odeio].”

Nas primeiras vezes eu ficava tipo, oi!? Mas depois que eu digeria a frase e a mágoa não intencional passava, eu ficava grato pelo ‘feedback’.

“Você tem que ouvir. Só ouvindo…”

Mais intrigantes que as comparações musicais, entretanto, eram as maneiras que as bandas “descreviam” (com aspas mesmo) seu som, com palavras que ao mesmo tempo eram grandiosas E vagas ao ponto de não quererem dizer… nada:

“Se você ama música, vai amar isso…” — As pessoas discordam quanto a tudo: comida, política, religião, moda. O que faz sua música ser tão universal?

“Completamente único…” — Tenha um pouco de humildade e reconheça que mesmo a experimentação mais louca é a continuação (ou uma resposta a) uma herança musical que já existe.

“Você tem que ouvir. Só ouvindo…” — Por quê? Porque você não conseguiu achar 3 ou 4 palavras para descrever sua música? Não jogue esse fardo pra cima de mim.

“O melhor absoluto…” — Bom, então você vai ficar famoso em dois minutos!

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Você se considera culpado de algum desses? Quais são suas vergonhas de descrição musical? Conte para a gente na seção de comentários, abaixo.

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