shutterstock_153925208-300x300Por Chris Robley

5 jeitos de melhorar suas gravações impondo limites no estúdio

Num ambiente criativo, opções infinitas podem nos levar à loucura.

Essa máxima é especialmente verdadeira no estúdio, onde as expectativas são altas e restrições de orçamento e de tempo levam a pressão lá para o alto.  Neste ambiente, limites podem ser a única coisa a garantir sua sanidade.

Já asssistiu The Five Obstructions? É um ótimo filme e uma grande ilustração de o quanto obstáculos arbitrários nos podem ajudar a nos superar e ir além.

Se você está prestes a entrar num estúdio de gravação, leve em conta algumas dessas limitações criativas:

1) Estabeleça um número máximo de gravações de faixas antes de começar — Não é incomum hoje em dia que sessões com Pro Tools cheguem a ter 100 faixas. É claro que, se você for o Dr. Luke gravando o próximo hit da Katy Perry, vai nessa. Mas, se você está espremendo seu tempo de gravação nos fins de semana, você quer mesmo ter de repassar todas essas versões toda vez que for abrir seus arquivos?

Estabeleça uma regra para você mesmo: nenhuma não gravarei para esse álbum mais de X canções. Esse número pode ser 4, 8, 16, 24,… tanto faz. [Mas, se sua sessão está consumindo mais de 24 faixas, você não está se limitando de verdade, está?]

Então tente colocar um chapéu minimalista na cabeça. Ele vai te forçar a fazer somente o essencial das coisas, e vai te economizar muito dinheiro e tempo quando chegar na mixagem do material.

Dica: se você está chegando perto do seu número limite de gravações e ainda precise de um espacinho extra para gravar bem a bateria, talvez você possa reduzir o quarteto de cordas ou os seis backing vocals para uma faixa de estéreo. O que nos leva a… 

2) Submixagem, submixagem, submixagem — Se você está trabalhando com um grupo de instrumentos que pertencem ao mesmo universo, crie uma submixagem que os una (cordas com cordas, metais com metais, backing vocals com backing vocals, percussão com percussão etc.). Uma vez que você tiver obtido o resultado almejado com cada grupo, coloque-o na fita (ou no computador) e fique com ele! De novo, essa técnica vai te economizar tempo, dinheiro e estresse na hora de fazer a mixagem e abrir mais as faixas, caso você precise adicionar outros instrumentos.

Dica: se você não está seguro quanto às suas submixagens na hora de terminar a música, pode sempre voltar à sessão e regravar (a não ser que esteja trabalhando com analógico!) e criar uma nova mistura. Ainda que isso DERROTE, SIM todo o intuito inicial do processo de submixagem.

3) Crie regras para instrumentos e paletas de som — Antes de começar uma sessão de gravação, decida que instrumentos serão usados, que efeitos, que “samples” (trechos de outros sons), que sons,… e se atenha a isso durante todo o projeto sem introduzir elementos novos. Talvez você queira que todas as baterias tenham um som vintage 808, mas com pandeiro de verdade. Legal. Parece ser bom. Mas você não pode adicionar pratos depois! Talvez você queira usar uma guitarra telecaster com delays. Da hora! Proíba-se de usar qualquer pedal de distorção no álbum inteiro e apoie-se nos amplificadores para dar poder. Ao se colocar essas regras, você consegue ser mais criativo com instrumentos que você ESTÁ usando (para criar diversidade entres as faixas do CD), e acaba dando uma coesão ao projeto todo. Essas limitações são o que geralmente dão ao álbum um “sentimento” de todo.

4) Permita-se um número limitado de gravações por faixa — Nada é pior do que ouvir 20 solos de guitarra para tentar achar o momento mágico de cada um deles, para uni-los depois de um tempão gravando. Faixas Transformers são a pior coisa! Não seja um robô, seja humano. Diga para você mesmo, “Eu vou dar conta desse solo de guitarra em três tentativas. Se eu não conseguir, vou passar a fazer outra coisa e voltar depois para tentar de novo.” Daí, se você não conseguir nada que tenha dado certo, delete essas faixas. Recomece no dia seguinte.

5) Deixe algo de fora — Uma música pode ganhar uma nova vida se você só retirar um elemento dela que pensava ser essencial para o arranjo. E se você retirasse o sintetizador da canção de hip-hop e deixasse tudo com o percussão, baixo e “samples”? E se sua ciranda com violão, sanfona e violoncelo ficasse mais interessante só com o violão? Experimente tirar elementos. Dê espaço para a música respirar. Você pode descobrir que menos é mais.

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Quais são alguns dos SEUS jeitos de manter a sanidade, e a criatividade no estúdio? Conte para a gente na seção de comentários, abaixo.

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