5 Dicas para melhorar suas gravações caseiras agora

[Este post foi escrito por Pat Walsh, guitarrista principal da banda Chaser Eight.]

Como a maioria de nós sabe, vivemos na era do estúdio caseiro. Um laptop velho com equipamentos baratinhos pode agora produzir gravações de alta fidelidade que rivalizam com aquelas feitas em estúdios caros. Ainda assim, muitos músicos que não são engenheiros (inclusive eu) podem achar a tarefa de produzir e gravar uma faixa um pouco assustadora. Com muita tentativa e erro, aprendi algumas coisas nos anos em que passei produzindo faixas para a minha banda, Chaser Eight. Aqui vão 5 dicas que os animados em gravar em casa podem usar desde já para ter gravações mais profissionais.

1. Compre um pré-amplificador

Plugar uma guitarra ou um microfone direto na interface pode às vezes produzir um som muito transparente que não tem o calor e o volume de que uma grande faixa precisa. Tem um jeito fácil e barato de conseguir uma fonte melhor de som: plugue a guitarra ou o microfone num pré-amplificador antes. 

Um pré-amplificador decente custa uns US$ 50 na internet e adicionará volume e calor a tudo que você gravar. Detalhes técnicos a se notar: primeiro, compre um pré-amplificador de tubo, é melhor brincar com ele e depois de um tempo trocar o tubo por um melhor (o que não exige mais do que uma chave de fenda) e você pode comprar esse tubo em qualquer loja de guitarra.

Segundo, lembre-se de que a saída do pré-amplificador vai requerer um cabo balanceado, tipo TSR ou XLR. Nem tente conectar o pré-amplificador com sua interface com um cabo de instrumento, ainda que ele vá encaixar na entrada.

 Preamp

Primeiro encaixe sua guitarra ou microfone num pré-amplificador, como o The Tube MP na foto acima, em vez de ligar direto na interface; isso vai melhorar seu som.

2. Mergulhe na rede e a use como termômetro

Eu reparei que meus amigos novos nesse negócio acabam comprando livros enormes sobre como gravar em casa antes mesmo de começar a tentar a gravar por si mesmos. Essas bíblias podem ser recurso útil, mas para a maior parte de nós, eu acho que é melhor pulá-los primeiro e começar a fazer a coisa de verdade. É na tentativa e erro que se aprende.

A maior parte dos programas usados hoje para gravar, tipo GarageBand, são fáceis de operar e não requerem muito tempo para aprender o básico. Comece experimentando e vá construindo seu próprio conhecimento. Depois que tiver experimentado, é hora de usar a internet para aprender a fazer tarefas específicas. As duas melhores fontes de informação são o YouTube e um site chamado GearSlutz. Em cada um deles há um mar de tutoriais e conselhos em todo assunto no universo da gravação. Talvez você tenha aprendido a gravar bateria bem sozinho, mas você não tem muita certeza de como equalizar em pandeiro. Vá atrás. Talvez você tenha gravado uma ótima faixa vocal, mas queria saber como usar afinação de tom direitinho? Procure que você vai achar. Eu continuo aprendendo novas coisas assim.

De novo, não tente aprender tudo de uma vez. O afluente de informações vai te deixar embasbacado, parecendo que fazer engenharia de boas faixas é tarefa impossível. Livros avançados e guias são, na verdade, mais úteis depois  que você tem horas e horas de experiência, e não antes.  

3. Invista em um bom microfone de condensador com diafragma largo

Isso não é uma notícia que vai mudar o mundo para quem curte gravar, mas não posso sublinhar o suficiente a importância disso: você precisa comprar um bom microfone condensador. 

Eu recomendo fortemente que qualquer um à frente de suas próprias gravações, mesmo que com orçamento curtíssimo, se obrigue a comprar um microfone de condensador com diafragma largo. A razão para eu acreditar tanto nesse item é que, além de vocais, com ele você pode gravar instrumentos (violão, bandolim, banjo etc.), percussão leve (bongô, pandeiro etc.) e mais um monte de coisas.

Eu também adoro usar o meu como microfone de ambiente quando vou gravar bateria. Se você começar a comprar vários microfones condensadores de tamanhos e formatos diferentes, sua carteira vai tomar uma surra e os resultados não mudarão muito. Sou fã do Rode NT1A, mas se você quer gastar menos de US$ 200 há excelentes opções por aí.

 mic

Esse Rode NT1A, microfone de diafragma largo, pode ser usado para gravar várias coisas além de vocais.

4. Invista em software de masterização

Uma coisa que praticamente todo mundo que começa a gravar em casa acaba dizendo é “Minha faixa está pronta, mas não está tão alta ou com definição parecida com o som da minha banda predileta.”

Muitos caras apelam aí para um engenheiro masterizar suas músicas. Enquanto esses consultores fazem um ótimo trabalho (a preços cada vez menores), não é mais necessário que artistas recorram a eles. Se você é como eu e gosta de gravar muita coisa, usar os préstimos de um engenheiro pode acabar sendo muito caro.

Hoje em dia, programas de masterização não são tão caros, são fáceis de usar e muito eficientes. Eu uso um chamado Ozone by Izotope. Você podem comprá-lo por US$ 200, e uma versão anterior desse produto pode estar pela metade do preço. Há outras opções, e nenhuma delas exige muito tempo de aprendizado. Os componentes desses softwares, como Reverb ou Compression,  podem ser usados individualmente por faixa também, então esses produtos servem para muito mais coisa além da finalização. É claro que engenheiros profissionais vão usar esses programas melhor (eu não acho que o Coldplay vai masterizar suas faixas com programas de  US$ 200), mas você com certeza ficará muito feliz com os resultados, e eles estarão no páreo com sons profissionais que você ouve por aí.

5. Compre monitores decentes, você não precisa de excelentes

Alguns artistas animados com gravar em casa acabam caindo na armadilha de comprar monitores caros demais para playback. Se você for da família Hilton ou Diniz, você pode botar US$ 7.000 em monitores titânicos com subwoofer excelente, então vá nessa (e vamos ser amigos!). Mas, se você não está esbanjando dinheiro, como eu, não necessita de nada chique.

Meus alto-falantes M-Audio AV40 não são caros e não tem subwoofer notável, mas dão conta do recado. A única coisa importante é conhecer as características do seu alto-falante em comparação com os outros. Ouça suas faixas (e também suas gravações comerciais) em fone de ouvido, som de carro e caixa de som baratinha de computador. Depois, compare com o que você ouve no seu monitor. Talvez seus monitores não projetem algumas frequências muito bem, daí você saberá que tem de aumentá-las um pouquinho na mixagem. É realmente simples assim. Se você seguir essa regra, suas faixas estarão tão bem mixadas quanto as do cara ou garota que estão usando o equipamento supercaro.

 monitor

Meus democráticos M-Audio Monitors que dão conta do trabalho, e cobram pouco por isso.

Se você quiser ouvir essas técnicas em ação, confira o som da minha banda nesses links:

ChaserEight.com

Chaser Eight on itunes