5 coisas que aprendi com a vida e com a música de David Bowie

5 coisas que aprendi com a vida e com a música de David BowiePor Chris Robley

(Foto de Michael Ochs Archives/Getty Images)

O mundo todo parece estar de luto pela perda de David Bowie, e gente de todos os cantos está compartilhando histórias do que a música dele significava.

Eu pensei em fazer algo parecido aqui e falar sobre as cinco coisas que aprendi com o Camaleão do Rock.

Vou começar com o óbvio…

Eu não sou um gênio icônico, da moda e carismático — então essas lições eu não consegui aprender de maneira muito simples.

Mas vale a pena lembrá-las nos momentos em que você precisar de inspiração para ir adiante, artisticamente ou em outros momentos.

1. Você nunca vai agradar a todos, então faça o que quiser

Sempre haverá pessoas que não te entendem, não te curtem ou não se conectam com sua música (ou com você). Um dos meus álbuns prediletos de Bowie é Hunky Dory, mas eu já travei debates ferrenhos com outros músicos que não conseguem ouvir um minuto dele sequer.

Quem está com a razão? Ninguém! Não importa. Acredita que sua música vai encontrar o público certo, e não se preocupe com o resto das pessoas. Eu não imagino o Bowie perdendo o sono por causa das pessoas que poderiam achar um balde de água fria um álbum inteiro sobre uma estrela do rock messiânica que se comunica com aliens, você consegue?

2. Abaixo a fidelidade do som!

Sim, muitos álbuns de Bowie tem um som fantástico, quando o assunto é fidelidade. Outros, nem tanto. Um dos meus amigos que odeia Hunky Dory me disse que, além das músicas, ele não suporta esse álbum porque o som dele é mirrado, fraco, esquálido. A o que eu respondi, “Sim, e daí…?”

Para ele, a qualidade do som é coisa mais importante. Para mim, eu percebi que — às vezes — uma boa música ou uma boa performance podem ir além da gravação. E, se você tiver sorte, imperfeições na gravação podem até dar um brilho ao seu trabalho.

Não estou aconselhando você a TENTAR fazer com que suas gravações fiquem uma droga. É só que a fidelidade do som não é a única coisa a ser levada em conta quando você avalia uma faixa (ou um álbum) como bom ou como perfeito para o lixo.

3. Não é preciso ser virtuoso

Quando eu estava no ensino médio, havia alguma pressão para eu escolher que estilo musical seguiria. Ler escalas, saber de velocidades e cadências, substituição de acordes e outras coisas que um músico “sério” precisa saber? Ou é só canta, canta, canta, toca, toca, toca, batuca, batuca, batuca

Eu pensei muito sobre o tipo de música que mais me tocava, pensei em David Bowie, David Byrne e John Lennon. Ainda que eles todos sejam músicos competentes, nenhum deles era conhecido por exibir seus dotes. Na real, nenhum deles nem tem uma voz “ótima”, se você tivesse de julgar sua competência como fazem em programas como American Idol. Em vez disso, eles deram orgulho a seus pensamentos e suas canções, sem precisar de virtuosismo.

Eu gostava de música pop acima de tudo, e você não precisa ser um músico “sério” para fazer ótimo pop. Você só precisa ter uma ideia e deixar ela ter seu momento. Meu eu de 17 anos de idade agradece a David Bowie por essa conclusão.

Ainda que eu tenha de admitir depois: algumas substituições de acorde foram úteis de vez em quando.

4. Não corra atraś de tendências

Eu digo muito isso nesse blog, mas aí vai: se você estiver tentando imitar o som de alguém que está fazendo sucesso agora, esse som vai estar passado quando seu disco for lançado.

O David Bowie não corria atrás de tendências. Ou, melhor, quando ele corria, colocava um toque tão pessoal e único que seu som VIRAVA uma tendência. Esse era o toque genial das suas muitas transformações. Ele sintetizava estilos, sons, modas, conceitos de arte e mais — de uma maneira que sempre o mantinha incomparável.

Faça músicas que te inspirem, e acredite que pelo menos uma pessoa da plateia também será inspirada.

5. Ser o alien é ok

Qualquer um que tenha passado pela adolescência sabe como é se sentir um alien, uma aberração, um forasteiro. Seja você aberto quanto às suas emoções ou deixe as coisas recalcadas lá dentro, há sempre algum risco e dor em revelar quem você é de verdade e suas paixões para outras pessoas,

Bowie, ou pelo menos suas personas, levavam essa alienação para um lugar tão distante que elas viravam uma força. (Ô, mãe, olha lá: os esquisitões tão se divertindo mais que todo mundo!)

Tá bom que eu não uso maquiagem ou figurino no palco há muito tempo. Mas acho que a lição é clara: tente ser quem você quer ser. (Ou talvez a lição de Bowie seja: “tente aparentar ser quem você quer que o mundo veja.”)

Não é fácil, claro que não, mas ouça o que Devin Faraci tem a dizer sobre a importância disso no trabalho de Bowie:

Eu era esquisito, eu era uma aberração, eu era uma bichona. Mas eu nunca estava só. Isso, no fim, é a real função da arte – lembrar-nos de que não estamos sozinhos. Ajudar a lembrar que alguém mais já se sentiu assim. Que alguém mais já se sentiu machucado. Que outras pessoas estão confusas e perdidas. Que as outras pessoas sabem o que é ser um alien.

Talvez sua arte possa construir uma ponte com o ouvinte que se sente sozinho.

Lição bônus: permita-se mudar

Há muitas forças externas te pressionando para que você permaneça exatamente quem, onde e o que você é. Podem ser amigos, família, fãs, colegas de ofício, ou quem quer que seja. Pode ser por motivos financeiros, nostalgia, tribalismo, expectativas ou pura inércia.

Mas a gente tem de mudar muito de vez em quando — na nossa vida e na nossa música. Se você estiver resistente quando a hora chegar, pense em Ziggy Stardust, thmptivos e Thin White Duke, The Goblin King, ou esse cara.

There’s a starman waiting in the sky.

Adeus, Bowie. E obrigado por tudo!

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