Como saber se uma música sua está pronta para ser vendida?

Pode me interromper se você já ouviu essa…

“Como o AC/DC (ou insira aqui o nome de qualquer outra banda lendária) esvazia as 5 primeiras fileiras do seu show?”

Continua a piada: “Quando a banda anuncia: ‘E agora vamos tocar uma música nova do nosso disco mais recente!’”

É uma piada titica, mas ela me lembra de uma regra importante do mercado fonográfico: O seu fã médio quer ouvir as músicas que ele já conhece e ama. As pessoas gostam de familiaridade. Elas querem ouvir músicas que conhecem, e que sabem que vão tocá-las. É um conceito antigo, é claro, mas ele vale até para os artistas mais bem-sucedidos do mundo.

E é uma das razões para que bandas, que podem ter lançado um álbum ou 20 álbuns, optem por inserir uma música cover no seu repertório.

Quando você faz uma música cover, seus fãs vão automaticamente compará-la com a original. Não quero soar dramático, mas você estará ligando o seu legado ao trabalho artístico de outra pessoa. Você vai querer fazer isso direito. Antes de pular de cabeça no seu próximo cover, leve em consideração essas 5 coisas.

1. Não Fique Obscuro Demais

Uma das maiores razões para um artista independente fazer um cover é bombar a audiência com uma canção que as pessoas já conhecem. Ao mesmo tempo que você está fazendo isso, está também mostrando os seus dotes musicais, dando seu toque pessoal único à música. Mas se a música original é conhecida por poucas pessoas, você perdeu uma oportunidade. É claro que há muitos exemplos de artistas que fizeram covers de músicas obscuras e o resultado foi um grande hit. Mas essa estratégia não funciona em casas de show pequenas. Fazer covers de músicas obscuras geralmente funciona para os artistas que têm no vocal seu ponto forte. Eles conseguem pegar uma música desconhecida e dar um choque de adrenalina nelas apenas com sua voz.

Exemplos:

Natalie Inbruglia             Torn                                                  (Ednaswap)

Sinead O’Connor           Nothing Compares To You                   (Prince)

 

2. Não fique fofo demais

Eu estou falando sobre ir para um estilo musical muito diferente do seu. Esse caminho é reservado para artistas já bem conhecidos, que já trilharam uma primeira estrada. Por exemplo, o Johnny Cash mandou muito bem quando fez um cover de uma música do Depeche Mode, Personal Jesus, e dos Nine Inch Nail, Hurt. Mas era o Johnny Cash. Se você faz parte de uma banda nova, não tente essa estratégia.  Espere até você ser mais famoso.

Examplos:

Marilyn Manson         Sweet Dreams (Are Made Of This)            Eurythmics

Limp Bizkit                 Faith                                                      George Michael

 

3. Vá de um clássico, ou uma música influenciadora

O objetivo principal de tocar um cover no seu show é converter pessoas em fãs. Seu cover é um de muitos da mesma música, e é provável que você vá tocá-lo no meio do show. Mantenha a vibe rolando com um cover que todo mundo conhece e que tenha uma energia parecida com as suas demais músicas. Sua melhor aposta é fazer um cover de uma música conhecida, ou de uma música de uma banda que influenciou a sua música. Esse som com certeza vai ser reconhecido pelos seus fãs, que vão esquentar o salão, enquanto pessoas que não conheciam sua música passam a gostar dela.

Examplos:

Jimi Hendrix             All Along The Watchtower                  (Bob Dylan)

Nonpoint                  In The Air Tonight                               (Phil Collins)

Guns N’ Roses         Knockin’ on Heaven’s Door                 (Bob Dylan)

 

4. Não abuse

É sempre possível que sua música cover vire um sucesso com seus fãs. Seja grato e pense em você mesmo como uma pessoa de sorte. Só não vai repetir a dose muito rápido. Seus fãs podem achar que você está abusando, ou pior ainda, que você é preguiçoso demais para escrever suas próprias músicas. Os Guns N’ Roses se deram bem com covers de músicas, mas daí acabou a mágica em algum momento. Antes de a banda terminar, as últimas músicas que eles gravaram foram covers que foram um fiasco.

Examplos:

Limp Bizkit              Behind Blue Eyes                             (The Who)

Guns N’ Roses        The Spaghetti Incident?                     (Various)

 

5. Mande bem

Não se engane, tentar gravar o trabalho de outro artista é um grande risco. Por um lado, mandar bem num cover pode dar à sua carreira coisas loucas. Há exemplos sem fim de artistas que gravaram covers que ficaram mais famosos do que a música original. Por outro lado, mandar mal pode ser um climão sem tamanho. Antes de você gravar sua próxima música cover, toque ela ao vivo em shows e teste a reação do público. De novo: seu objetivo ao gravar um cover é atrair novos fãs com algo que é familiar e divertido. E, se você mandar muito bem, você vai mostrar aos fãs que já tinha como você tem uma capacidade artística maior do que eles sabiam.

Examplos:

Alicia Keys feat. Adam Levine       Wild Horses                  (Rolling Stones)

Destiny’s Child                              Emotions                      (BeeGees/Samantha Sang)

The Weeknd                                 Dirty Diana                    (Michael Jackson)

Manfred Mann                             Blinded By The Light       (Bruce Springsteen)

 

Ei, e quanto a Royalties e Licenciamentos?

Há artigos bem objetivos sobre esses temas, então eu não vou tentar redescobrir a roda aqui. Basta dizer que, se você está planejando gravar e distribuir uma música, você deveria ter conseguido a licença mecânica para gravá-la — e a CD Baby faz isso de uma maneira muito simples. A gente vai te ajudar a licenciar e distribuir sua música cover num single, tudo na mesma conta.

Aqui tem mais covers, no More Covers, para você conferir… boa sorte!

Licencie sua música cover para ser distribuída hoje mesmo.