3 lições que você não deveria aprender com Taylor Swift, Thom Yorke & Beyoncé

3 lições que você não deveria aprender com Taylor Swift, Thom Yorke & BeyoncéPor Chris Robley

Taylor Swift, Thom Yorke e Beyoncé são três dos artistas mais famosos do mundo. Toda vez que um deles azedou com sua forma de gravação ou distribuição e inventou um jeito novo, é claro que isso foi parar nas manchetes.

Mas o negócio é o seguinte: Taylor Swift, Thom Yorke e Beyoncé são três dos artistas mais famosos do mundo!!!

O que eles escolhem fazer com suas músicas (provavelmente) teria pouco impacto em o que VOCÊ faria para lançar e distribuir SUAS músicas enquanto um artista independente.

Por quê? Bom, eu vou fazer um prefácio aqui dizendo que não há dois fã-clubes iguais, e se você tentar fazer algo fora do comum que consiga trazer mais pessoas para ouvir sua música, que bom! Quem sou eu para te julgar?

Entretanto, se você está lendo este artigo, eu aposto que nenhum dos seus álbuns vendeu na base dos milhões, você não está esgotando ingressos para uma turnê mundial e você não participou dos Grammy Awards tantas vezes que já perdeu a conta.

Para você, ficar com os métodos de distribuição e de promoção já conhecidos não é uma questão de ser medroso de inovar: é ser astuto!

Aqui vão três lições que você NÃO DEVE aprender com esses artistas famosos:

  1. Se você lançar seu álbum em apenas uma plataforma, seus fãs te seguirão contentes até ela. [É capaz que eles não sigam.]
  1. Lançar um álbum em segredo é garantia que as pessoas vão falar muito sobre ele. [Nem é.]
  1. Você tem que retirar todas suas músicas do Spotify se você quer ganhar bastante dinheiro. [Você não deveria.]

O que você deveria fazer em vez disso?

  1. Sem surpresas, por favor!

“No Surprises”, ou sem surpresas, é na verdade o nome de um clássico do Radiohead (o grupo do qual Thom Yorke é o cantor). Mas a banda não seguiu o próprio mantra em 2007, quando lançaram o álbum In Rainbows. De um jeito bem Radiohead, notícias sobre as datas de gravação e de lançamento foram mantifas criptografadas. Daí, com um email rápido para o mailing da banda, o Radiohead basicamente disse: “Oi, a gente lançou um novo álbum. Ele está disponível no nosso site, e você pode pagar o quanto quiser por ele, inclusive não pagar nada.”

Até onde eu sei, foi a primeira vez que uma gravadora grande ofereceu música nova desse jeito. E um gazilhão de pessoas fizeram download (muita gente pagando por ele). Primeiro os fãs mais ferrenhos, que estavam no mailing, daí os admiradores mais distantes, que começaram a ouvir e ler sobre o novo álbum na imprensa, na Internet etc. Quando o álbum foi lançado como CD e como disco de vinil, muito mais gente o comprou (mesmo alguns que já tinham feito download).

A Beyoncé fez algo parecido em 2013, quando ela “em segredo” lançou seu quinto álbum no iTunes sem o anunciar ou promover antes disso. Essa história de lançamento não tinha a opção “pague-o-quanto-quiser”, mas tinha o elemento surpresa e tinha, bom… Beyoncé! O álbum estreou em primeiro lugar de vendas nos EUA (o quinto álbum consecutivo em primeiro lugar da Beyoncé, e foi o álbum que mais rápido foi o mais vendido no iTunes na história.

Grandes discos. Grandes notícias na mídia. Mas pergunte-se isso: “Se eu lançasse um álbum amanhã, teria impacto o suficiente para fazerem uma matéria sobre ele?”

Como artista independente, uma parte de garantir o sucesso no lançamento de um álbum é construir uma história sobre o álbum e começar a divulgá-lo antes mesmo do lançamento, para criar expectativa. Para a maioria dos artistas indie, o lançamento de um álbum em segredo seria um tiro saindo pela culatra. Então, a não ser que você tenha um plano e um motivo para lançar música na maciota, dê a você (e à sua música) a chance de falar bastante.

  1. Lembre-se que exclusividade só funciona se for descomplicar e te trazer mais atenção

O lançamento em segredo do álbum da Beyoncé funcionou tão bem assim por duas razões:

1) O iTunes é um vendedor conhecido, com milhões de clientes

2) A Beyoncé ia levar a melhor nessa parceria — o que significa que o iTunes ia promover o álbum com toda a força que tivesse.

Se você resolvesse lançar seu novo álbum só no iTunes, teria o fator da confiança do consumidor ao seu lado, mas conseguiria muita atenção do iTunes? É capaz que eles façam isso por um artista independente, então não exclua essa possibilidade, mas de jeito nenhum você vai ganhar o tratamento da Beyoncé. Já que esse é o caso, vale se perguntar: “As vantagens de um lançamento exclusivo compensam o fato de alguns de meus fãs não terem acesso a essa música?”

E daí tem o álbum mais recente do Thom Yorke, que foi lançado no BitTorrent. Vamos falar sobre confundir (ou assustar) os seus fãs que não são muito bons usando a Internet!

Parece que deu tudo certo para o Yorke. Muitos downloads e muita renda. Mas, de novo, ele se dá bem porque é o cantor do Radiohead. Se você lançasse seu álbum exclusivamente no BitTorrent, o que sua tia Neyde faria? O que metade do seu fã-clube faria? Eles provavelmente esperariam até que o CD saísse ou que as faixas chegassem ao iTunes.

Se você vai conseguir um tratamento especial das plataformas onde por ventura faria um lançamento exclusivo por tempo limitado, vai nessa! Mas vale se certificar de que “lançamento exclusivo” não significa que você está excluindo muitos fãs.

  1. Você precisa ter músicas no Spotify

Se formos pensar de maneira lógica, Taylor Swift conseguiu vender bem mais músicas ao retirar seu som do Spotify, na época do lançamento do seu álbum 1989. Ela também conseguiu que toda imprensa falasse sobre ela com essa ação. Bem feito, Taylor.

O Thom Yorke também tirou o catálogo do Atoms for Peace do Spotify em 2013, comparando a empresa ao “último peito desesperado de um defunto moribundo” por causa do seu relacionamento de proximidade (inclusive nos livros de caixa) com as maiores gravadoras.

Diferentemente de Taylor Swift e de Thom Yorke, há bilhões de pessoas por aí que nunca ouviram sua música — e milhões delas estão no Spotify.

Diga o que quiser sobre o modelo de ouvir música por “streaming” ou os pagamentos que o Spotify faz, por cada vez que sua música é ouvida. Se você quer mesmo achar novos ouvintes para sua música e transformá-los em fãs, você precisa ter músicas no Spotify, ao menos algumas. O Spotify é uma ferramenta do kit para achar novos sons.

O Thom e a Taylor não precisam se preocupar com sua “descobertabilidade.” Você precisa.

O que você acha? São válidas essas lições para aprender dos mega-artistas? Ou essas dicas não valem para artistas independentes? Conte para a gente na seção de comentários, aqui embaixo.

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